domingo, 4 de maio de 2008

Iron Man rocks!

Há anos que visito www.superherohype.com a página da Internet que faz um excelente trabalho sobre bandas desenhadas que passam do papel para o celulóide. Acompanhar a primeira notícia até a conclusão do filme tem sido um prazer comum nos últimos anos. Alguns com muita ansiedade, outros nem tanto, só pelo mero prazer cinéfilo. Nada mais natural que a expectativa estivesse alta para ver a nova investida de um herói da BD no cinema.
Opto, como quase sempre pela sessão da meia-noite. Luzes apagam-se e sem qualquer tipo de aviso, acordes de Black in Black dos AC/DC(foi aliás um dos primeiros cartões de visita que marcaram os trailers do filme: rock and roll. Black Sabath, Audioslave emprestaram o “heavy metal” ao homem feito do mesmo!)em pleno Afeganistão, dão início ao filme mais aguardado dos últimos tempos: Iron Man.
Aguardado porque não se trata de mais uma adaptação ao cinema de uma banda desenhada, Iron Man marca também uma viragem nas produções da Marvel. Editora que a par da DC comics(esta um pouco mais dark e tendo somente em Super Homem, seu herói mais “marvel”) são os porta-estandartes daquela que é considerada a 9ª arte.
A Marvel começa um novo rumo em sua vida: a produção dos seus próprios filmes. Vantagens há e Iron Man revela algumas.
Usando a distribuição da Paramount Pictures que estreou o filme em 4105 salas de cinema nos Estados Unidos, sua estreia na terra do tio Sam, logo no primeiro fim de semana já rendeu cerca de 104 milhões de dólares! A segunda melhor estréia de um filme não sendo sequência, da história do cinema. O primeiro foi Spider Man com 114 milhões e também proveniente do catálogo Marvel, mas com produção Sony.
Um excelente início e que poderá aumentar facilmente quer a nível interno, quer no mercado internacional, cuja estreia foi simultânea.
Sendo a Marvel produtora e detentora dos direitos de autor dos seus desenhos pode usá-los mas tem o poder de decidir por conta própria o que fazer e limar estes mesmo cliches comuns em adaptações. Pode fazer um balanço mais correcto do que pode ir para o celulóide ou não. Não há terceiros envolvidos. O Dinheiro sai da casa mãe e se houver erros, a responsabilidade é da própria Marvel.
Isto promove riscos “saborosos”. A adaptação de Iron Man para o grande ecrã ganha em todos os aspectos.
Sou um fã em fase de crescimento de banda desenhada, mas há muito de cinema e há coisas que numa BD, num livro, precisam de ser adaptadas e condensadas para uma exibição na sala de cinema. Ganha-se ou perde-se, mas é preciso adaptar, limar certas arestas e neste caso, os clichés comuns, podem até "quase" desaparecer.
Vemos um Tony Stark inteligente, com boa dose de humor(os momentos com "pepper" são bem escritos!) como na BD mas a dispor de uma tecnologia mais avançada, um mordomo, Jarvis, agora em versão “inteligência artificial”, e alguns cenários desta história que começou em 1963 no longínquo território vietnamista que hoje ganha um “upgrade” para o Afeganistão. Muda-se o cenário, mas a guerra continua a dominar as Indústrias Stark e o que ela significou na vida no “nosso” herói”.
Segundo o presidente da Marvel, a estratégia é lançar os próximos filmes do seu catálogo com ligações ao universo Marvel para juntá-los todos num filme dos “Vingadores”. Genial, para uma empresa que esteve quase a falir na década de 90.
Prova é a inclusão da SHIELD (Samuel L. Jackson aparece como Nick Fury mas...viste-o?eu não argh!nem consegui decifrar Tom Morello, guitarrista dos Rage Against the Machine como um dos insurgentes, duplo argh!!), no filme e já no próximo filme da Saga Hulk, a participação de Tony Stark. Promete!!
Iron Man é robusto, um regalo visual e as imagens em que disputa uma corrida com F-22 são impressionantes!
A química entre Robert Downey Jr (Tony Stark/Iron Man) e Gwyneth Paltrow(Virgina “Peppers”Potts) de tão inesperada, funciona muito bem e quão bela está Gwyneth Paltrow…ela que aleijou-se no joelho nas filmagens de Iron Man!
Mas “na outra banda” vê a cada filme, o renascer de Robert Downey Jr. De grande actor que é, conheceu o inferno imposto por ele próprio com o consumo de drogas e constantes prisões. Renasceu, encontrou nas artes marciais equilíbrio, na actual mulher e eu como fã de cinema respiro aliviado por saber que um actor com conteúdo esta de volta à boa forma. Ele que um dia foi Chaplin na biopic de Richard Attenborough.
Jeff Bridges(Obadiah Stane/Iron Monk) a representar seu inimigo no filme, prova mais uma vez que qualquer personagem lhe fica bem, um dos grandes actores de cinema que veste pela primeira vez uma personagem da banda desenhada. Alguém lembra dele em King Kong com Jessica Lange?
Jon Favreau, foi o escolhido para este pontapé de saída da Marvel e a escolha foi boa. Tem um excelente sentido de humor, pessoa bem disposta conclusão que chego após ler entrevistas e vídeos que vi sobre ele.
Esta ligado ao filme quer como realizador e actor uma vez que é o segurança de Tony Stark que aparece algumas vezes no início do filme. Fiel quanto baste ao original, consegue encontrar o balanço perfeito para este primeiro “assalto” onde as origens são contadas e que tem sido comum em qualquer filme de BD que merece uma adaptação. Outra nota positiva que Jon Favreau consegue é usar a tecnologia CGI a partir de algo feito. As armaduras do herói foram de facto construídas e o auxílio para algumas imagens mais complicadas tem como base de partida, um modelo original, para reforçar a credibilidade do filme. Pela amostra, contagem decrescente e obrigatória para Homem de Ferro II.
Realizou filmes como Zathura, Elf(com Will Ferrer) e na escrita com o aclamado e já citado “Swingers” ainda que actuar, seja até ao momento, seu maior contributo para o cinema.

“Na outra banda” recomenda!

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