segunda-feira, 12 de julho de 2010

o festival a banda e o velhote

antes do texto nota importante: alguém gravou este concerto? MEO, Sic Radical(se foi transmitido)qualquer coisa!! Eu quero!!! :0))


Finalmente, o enguiço foi quebrado!
Depois de dois concertos inesquecíveis em São Paulo, posso finalmente dizer que vi Pearl Jam em Lisboa. Aleluia!!
Antes de derreter-me em palavras sobre à banda do coração, um passeio pelo último dia do Festival Alive 2010, o meu passeio.

O Festival
Chego ao recinto por volta das 17h e sou brindado por um vendaval daqueles. Nem fitinhas, nem programação, nada.
Se estava ali para "encher a barriga" de música, antes, enchi-a com pó! :0))
Sigo para a barraquinha das t-shirts para comprar uma dos Pearl Jam alusiva a esta turnê e madresita, qual delas a mais feia. Poupei 25 euros.
Uma voltita pelo recinto, pão com chouriço, água e avanti pópuli que atrás vem bróculi!

Depois do concerto dos Metallica, com o palco no centro do Pavilhão Atlântico onde pude observar as mais diversas reacções(variava sempre dependendo do lado que o vocalista estava)estava prestes a conhecer outra realidade nestas andanças pelo mundo da música: um festival com três palcos em simultâneo!
Primeira e única reacção: não gostei.
Como perambular pelo festival e ver a banda "a" que toca no palco 1 na hora x sendo que, no outro palco a banda "b", que tanto queria ver, actua à mesma hora no palco 2 ou 3??
Como deixar aquele cantinho mesmo fixe no meio ou à frente do palco, por exemplo, para ver o grupo favorito, sair para ver outro concerto para depois, veja só, ficar no final da "fila"?
Uma reportagem no "público" terminava desta forma: " Ao longo dos três dias não houve propriamente um concerto inesquecível...".
Claro que não, pelo que entendi, fez tanta correria entre palcos que sai-me com esta frase inevitável.
Desta forma, obviamente, não houve nenhum inesquecível, o que a bem da verdade, é mentira. Bastava ficar no mesmo sítio e apreciar o concerto do princípio ao fim.
Sábado, dia 10, perdi com muita pena minha, o concerto especial do Legendary Tiger Man e o da Peaches, a favor do palco principal.
Se fosse no dia 8 daria em louco com Faith no More num lado e o palco "Super Bock Super Rock" repleto de nomes imperdíveis.
"la fora é assim..." diz o organizador. Quero lá saber... :0)
Posso apreciar o lado arrojado de quem gere o festival, mas para quem ama a música, tão sem fronteiras nos últimos tempos, palcos em simultâneo não tem piada alguma.
Na minha modesta opinião, este conceito "festival dentro do festival" não premeia quem aprecia música ao vivo.
Perde-se mais do que ganha e remete o formato do festival ao actual panorama musical onde tudo surge e nada fica.

A banda

Não foi fácil ver este concerto. A minha actual condição física não permitiu grandes euforias. Havia um momento para ser "irresponsável" e só poderia ser este.
Por outro lado, catano...cantarolei todas as canções e se minha voz não se fez ouvir no palco, andou lá perto :0))

Através da página oficial, era possível saber de antemão que este era o último concerto da digressão e isto significa sempre "fiesta". Assim foi.
Por ser a penúltima banda da noite(uma surpresa), temia um alinhamento curto mas tal não se revelou prejudicial no decorrer do concerto.
Foram mais de duas horas de pura comunhão entre público/banda como poucas vezes se pode presenciar num concerto, mas não neste, não com estes rapazes de Seattle por perto.
Eddie Vedder é um senhor!
Educado, pede sempre desculpas por não dominar o português, mas nunca deixa de comunicar com o púlbico(em qualquer canto do mundo) que ali esta para prestigiar o trabalho de toda trupe.
Delicia-se com a energia transmitidas pelas "belas vozes portuguesas" que entoam todas canções e o quão importante passou a ser começar ou terminar, uma turnê em Portugal.
É o sítio ideal! O rapaz sabe o que diz e nós também :0)
A primeira intervenção de Vedder é enigmática a certo ponto. Em bom português, afirma ser o último concerto do grupo e dele, por um bom tempo.
A tinta corre online sobre estas palavras ditas e é da para pensar.
Paragem para descansar ou é algo mais?
A altura é estranha para uma afirmação do género. Em 2011, a banda celebra 20 anos de carreira e seria de esperar actividades com fartura e não uma paragem por tempo indeterminado(gosto de pensar que serão somente seis meses, até o final deste ano).
Cansados de divulgar "backspacer", primeiro álbum lançado por conta própria?
Terá a comentada reunião dos "Soundgarden", cujo baterista original é Matt Cameron, actual "membro" dos Pearl Jam??
Nem quero imaginar isso.
Erro crasso!! Não pelo valor dos "Soundgarden", que o teve na altura, mas Chris Cornell, vocalista do grupo, não oferece garantia de nada nos últimos tempos.
Uma suspeita que, espero, não passe disso e que não traga maus ventos para a Vedder e companhia.
(ver vídeo abaixo)



Adiante.
Não faltou espaço para outras surpresas. A dada altura, Stone Gossard segura um papel para que Vedder possa cantarolar uma música cujo título é "Portugal Portugal". Improvisar uma canção quando só o seu "obrigado" já nos tinha na mão.
Esta não é uma banda qualquer. Transborda sinceridade e o tanto que recebe de carinho, devolve-o da mesma maneira.
Seria de esperar ouvir maior divulgação à "backspacer" mas poucos foram os temas tocados. A bem da verdade, está mais do que "vendido" e como foi referido anteriormente, era noite de festa, de encerrar uma turnê repleta de sucesso e regressar ao lar, à família sem antes presentear a "família" lusa.
Tempo para deliciar-se com o "sprint" de Mike McCready à volta da bateria, ver Stone Gossard a tocar baixo e Jeff Ament na guitarra num tema, descobrir que Boom Gaspar tem raízes lusas e que o fígado de Vedder ainda aguenta a "binhaça" com distinção :0)
Uma noite em cheio, que estampou um sorriso na minha cara, daqueles que desejamos ter sempre no que é o ritual do habitual das nossas vidas.
Não foi o último concerto deles. Nem o meu.

O alinhamento do concerto foi este:
- 1ª parte
Release
Elderly Woman Behind The Counter In A Small Town
Animal
Given To Fly
In Hiding
Unthought Known
Nothingman
Daughter / Blitzkrieg Bop
Even Flow
Just Breathe
Wishlist
Black
Glorified G
Why Go

2ª parte

The End
Portugal Portugal (improvisado)
Public Image
The Fixer
Wasted Reprise
Better Man

3ª parte

Smile
Once
Alive
Yellow Ledbetter

O velhote

Catano, estas andanças já cansam. To a ficar velhote :0))
Mas houve pedalada para apreciar os "Gomez" banda que outrora encerrava festivais e que sábado, deram inicío as festividades no palco principal.
A segunda banda é uma lenda em Boston, entre a comunidade policial e irlandesa. Os "Dropkick Murphys" são uma máquina oleada e competência reconhecida além fronteiras, agora, finalmente, presenciada por estas bandas.
"Gogol Bordello" é uma fiesta constante mas a inclusão de um membro novo, creio, que canta em vários temas tem dado um ar mais sério, outrora não tão visível no projecto de Eugene Hutz.
Após o grande concerto dos Pearl Jam, "LCD Soundsystem".
Aqui aplica-se o cenário "tirar o doce da boca da criança". Só uma hora de concerto??
Frustação. A banda tinha o público na mão e a genialidade do grupo de James Murphy terá sofrido com o tempo extra do concerto anterior, é a conclusão que "quero" ter.
Uma pena porque a consistência musical que os "lcd soundsystem" oferecem, espalhada por três álbuns, merecia melhor fecho, quer para os impávidos fãs, quer para o fecho do e de qualquer festival, um fecho em festa.
Para o ano há mais.

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