segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

boyhood



Lee, este é para ti :)

Se há algo que gosto de falar vezes sem conta, quando falo para alguém sobre "boyhood", é de ter lido a notícia sobre este projecto lá em cascos de rolha.
Fiquei fascinado quando li sobre o que Richard Linklater pretendia fazer, mais fascinado ainda por ter visto esta obra tão única, dias atrás.

Vi "Boyhood" duas vezes. Com tempo e espaço para cada personagem.
É envolvente...não dei conta do tempo passar.
Entre tantas coisas que saltaram à vista, o espanto em ver uma produção com 12 anos, soar...actual. O figurino, utensílios de uma época não tão distante assim, foram facilmente assimilados. Nada causou estranheza muito por culpa, se calhar, pela transformação natural que assimilava a cada etapa do filme.
Linklater(assim como Cameron Crowe)consegue tornar estas experiências cinéfilas num acto simples de amor...
Vou muitas vezes ao cinema sozinho e quase sempre, num momento ou outro, o filme proporciona boas conversas aqui e acolá, mas conversar sobre "boyhood", tem sido das mais prazerosas. Por toda expectativa que gerou(que poderia ser gorada à saída do cinema)pela espera em saber data de estreia no grande ecrã, partilhar ansiedade com amigos...confesso, tem valido a pena
Quem partilhou esta ansiedade comigo, foi minha amiga Lee que nestas duas décadas de belíssima amizade, encontra no cinema grande complemento.
Ela resumiu tão bem algumas partes do filme que, com devida permissão, colo-as neste cantinho :)

"Uma quantidade inumerável de coisas me encantaram no filme, mas acho que o que se destaca nisso tudo foi o fato dele tornar uma historia fictícia tão real.... os personagens são tão humanos, as situações tão verossímeis, chega num ponto em que você esquece que tudo aquilo é ficção... e em ponto ou outro todos conseguem se identificar com momentos em que passou na própria vida..., tocante pra caramba... 

Admiro q ele tenha passado longe dos cliches, o Ethan podia ser um péssimo pai, mas ele optou por uma figura paterna melhor que muitos pais que moram com os filhos. A Patricia é a mãe que continua tentando achar um bom marido e bom pai, como acontece com tantas mulheres e as crianças seguem a vida, crescendo... li uma entrevista do Linklater falando sobre 1º beijo, 1º vez e tudo o mais.  que isso tinha sido retratado a exaustão de tantas maneiras ruins e boas, então como ele lidaria com esses rituais de passagem? Simples, narrando outros rituais de passagem: mudança da casa, de família, relacionamentos com pessoas belas, mas fúteis, culminando em levar um fora horrível, ser um aluno de destaque no colegial, mas não o melhor, ganhar um terno do pai quando chegou a maioridade... momentos singelos, mas cheios de significado"


Trazer hoje "Boyhood" por estas bandas só faria sentido assim, com uma conversa entre amigos, cujo tempo também trouxe, e continua a trazer, inúmeros momentos singelos :)



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